Mulher tenta engravidar por 8 anos, perde útero após doença e realiza sonho por meio da adoção

  • 22/02/2025
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Mulher tenta engravidar por 8 anos, perde útero após doença e realiza sonho por meio da adoção

Mulher tenta engravidar por 8 anos, perde útero após doença e realiza sonho por meio da adoção

Elene entrou engravidar por anos, mas acabou perdendo o útero após endometriose; ao Quem Ama Não Esquece, conta sua história de amor por meio da adoção:

Nós nos casamos depois de três anos e, na época, eu tomava anticoncepcional, mas comecei a ter efeitos colaterais e o médico recomendou que eu suspendesse.

Eu, claro, conversei com o meu marido e, juntos, nós decidimos que se uma gravidez acontecesse, ela seria bem-vinda. Afinal, era nosso sonho. Mas depois de um ano, mesmo sem nenhum tipo de prevenção, nada! Nenhum sinal de gravidez.

Eu achei esquisito e perguntei para o meu médico se isso era normal, mas ele falou para continuar tentando por mais um ano e que se nada acontecesse, aí sim nós poderíamos investigar.

Apesar de achar estranho, eu não estava ansiosa ou preocupada, porque eu e o Samir tínhamos fé de que na hora certa ia acontecer.

Mas, mais um ano se passou. O meu ciclo vivia irregular, a menstruação sempre atrasava e eu acabava criando um monte expectativa, mas nada. Ra exame depois de exame e todos negativos. Ah, como era frustrante!

Como nada acontecia, nós, então, partimos pra as investigações. Foram muitos exames, idas e vindas a médicos, consultas, até que eu descobri que tinha síndrome do ovário policístico.
Eu não vou mentir. Receber esse diagnóstico me assustou bastante, mas o médico logo me disse que se eu fizesse tudo certinho, essa doença não ia me impedir de realizar o meu sonho de ter filhos.

Então, comecei o tratamento e fiz tudo como me orientavam: perdi peso, passei a me alimentar melhor, comecei os exercícios físicos... e, mesmo assim, não engravidei.

Para piorar tudo, enquanto eu passava pelo tratamento, eu e o Samir entramos em uma crise financeira complicada e tivemos que nos mudar. Por isso, não engravidar naquele momento especificamente não era assim tão ruim. Não era o momento de ter um filho por causa de todos os custos.

Três anos se passaram e, finalmente, a gente conseguiu se estabilizar financeiramente. Então, senti que aquele era o momento certo para retomar os nossos planos.

Eu comecei a pesquisar e me empenhei em buscar um tratamento que fosse mais avançado para conseguir engravidar. A pandemia da Covid chegou, mas eu continuei firme e forte no meu propósito: fui às consultas, fiz mais exames e apesar de a síndrome do ovário policístico estar controlada, nenhum médico queria tentar nenhum outro tipo de tratamento por causa da pandemia que estávamos vivendo. Até que um exame mudou completamente a minha vida.

Foi uma outra médica quem descobriu que, além da síndrome, eu tinha também endometriose já em estágio bem avançado. Ouvir aquilo depois de anos de consultas e de tantos médicos diferentes, me destruiu.

Eu sempre falei que sentia muitas cólicas, dores abdominais, mas ninguém tinha me falado que eu poderia ter endometriose. E conforme eu fui entendendo melhor a doença e a gravidade do meu quadro, eu me desesperei completamente. Aquilo mudava tudo! Aquilo poderia mesmo significar um adeus definitivo ao nosso sonho de ter um filho.

- Calma, Elene. Olha pra mim. Vai dar tudo certo. A gente vai resolver de alguma forma.

- Que forma, Samir? Como eu vou ter filhos? Como eu vou te dar filhos? Como eu vou conseguir realizar o nosso sonho? Desculpa... desculpa.

- Para de se desculpar. Eu estou aqui do seu lado para tudo e a gente ainda vai ter a nossa família. Fica tranquila! Por favor! A gente vai conseguir passar por mais essa, como nós passamos por tudo até hoje.

O Samir sempre foi esse homem tranquilo, calmo e muito atencioso comigo. Em todos os momentos, principalmente quando eu estava passando mal ou precisava ir a consultas, ele estava ali, me ajudando e me apoiando.

Por um ano eu segui um tratamento desgastante com hormônios, mas, infelizmente, não tive grandes melhoras. A endometriose até diminuiu, mas de uma forma tão insignificante, que eu desanimei.

Eu procurei outro médico, que afirmou que o ideal seria fazer uma cirurgia e eu confesso que me senti bem esperançosa, porque era uma operação relativamente simples.

É... eu estava muito feliz, cheia de fé e acreditando que tudo daria certo, mas, à vezes, a gente não precisa entender os planos de Deus.

No dia do procedimento, eu entrei no centro cirúrgico muito confiante. Eu já sabia que se fosse preciso, o doutor faria uma incisão maior e talvez até retirar um pedaço do meu intestino, mas eu estava tranquila. Acontece que a cirurgia, que era para durar três horas, se alongou por mais do que o dobro do tempo.

Quando o médico começou a minha operação, percebeu que existiam muitas aderências, que a situação era muito mais crítica e complicada e que o meu intestino, ovários e útero estavam todos comprometidos. Foram muitas complicações e como eu já estava na mesa de cirurgia há muito tempo, os médicos decidiram não continuar. Eu fui para o quarto e mesmo ainda estando anestesiada e meio “grogue”, sentia muita dor. Eu sabia... sabia que tinha alguma coisa errada quando vi a minha mãe chorando.
Assim que eu acordei, o Samir veio pertinho de mim.

- Meu amor, a cirurgia não foi como a gente imaginou... Alguma coisa aconteceu e... o médico está vindo explicar direitinho.

E foi aí que eu soube que, infelizmente, na cirurgia, eu tinha perdido parte do meu útero.

Os médicos disseram que eu tinha duas opções: tentar reconstruir o meu útero sabendo que, mesmo que desse certo e que eu conseguisse engravidar um dia, seria algo de muito risco. Ou retirá-lo todo e abrir mão de ter filhos para sempre.

Eu estava tão cansada de tudo aquilo... já eram oito anos lutando para engravidar! Eu sempre tive muita fé e orava pedindo a Deus que, se Ele não quisesse me dar um filho, que tirasse esse desejo do meu coração, porque eu já não aguentava passar por tudo aquilo.

Mas Deus nunca tirou esse desejo de dentro de mim, só que eu estava sentindo muita dor e optei, sim, por tirar todo o meu útero. Eu chorava, chorava, chorava... minha alma doía. E eu sentia até que os médicos e enfermeiros estavam tristes também.

O meu pós-operatório foi muito difícil. Eu me sentia muito culpada por não ter tentado reconstruir o meu útero, passei a enfrentar problemas de ansiedade e comecei até a fazer acompanhamento com um psiquiatra.

Eu e o Samir conversávamos sobre a nossa família e aquele desejo de ser mãe só aumentava dentro de mim. Eu tinha fé de que Deus, em algum momento, ia mostrar um caminho. E Ele mostrou.

Um dia, quando eu estava no trabalho conversando com uma nova colega, eu contei toda a minha história. Ela, então, me mostrou fotos, áudios e vídeos do filho dela, de como ele era fofo e carinhosos e aí me disse que o tinha adotado quando ele só tinha nove meses. Aquilo ficou na minha cabeça e no meu coração.

Eu não sabia o que o Samir ia pensar sobre isso e eu já comecei a ter receio que ele não apoiasse. A gente nunca tinha falado sobre o assunto, mas eu contei para ele sobre a minha amiga do trabalho.

Até que alguns dias depois, quando nós saímos para jantar....

- Elene, e sua amiga que adotou um menino...

- Sim, a minha colega do trabalho.

- Por que a gente... a gente não pensa sobre isso?

- Você tem certeza?

- Eu tenho. Vamos procurar saber como funciona.

Aquilo acendeu uma luz dentro de mim e já no dia seguinte, conversei com a minha amiga e ela me explicou tudo. Em uma semana, eu e o Samir já tínhamos todos os papéis e documentos prontos. Depois, fizemos um curso online e outro presencial e as coisas foram se desenrolando.


Desde o começo, foram muito acolhedores com a gente e depois de seis meses, estávamos habilitados para entrar oficialmente na fila de adoção. Eu e o meu marido fizemos terapia, trabalhamos várias questões e entendemos que poderia demorar bastante, por isso a gente se preparou psicologicamente.

Um ano depois, recebemos uma ligação do Fórum marcando uma reunião com a gente, coisa que era comum acontecer, então eu não me animei tanto.

Só que começaram a perguntar se a gente tinha preferência por sexo, se adotaríamos irmãos e outras tantas coisas. E foi só depois que nos disseram que tinham duas meninas para adoção. Duas irmãs gêmeas. Só que uma delas, tinha um problema no coração. Eu chorei. Chorei tanto. Eu já sabia que elas eram as nossas filhas.

Nós dissemos que queríamos as meninas e nos deram um prazo para gente se organizar. A gente correu para arrumar quartinho, comprar roupa, berço, tudo! E uma semana depois, pudemos conhecê-las. Ana Cecília e Ana Laura. Nossas filhas.

E eu, que pedi tanto a Deus por um filho, ganhei duas de uma vez.


Hoje, a Cecília está curada da doença que ela tinha no coração e Deus foi tão caprichoso, que elas se parecem muito com a gente, até no temperamento… nós não imaginávamos que seria tudo tão bom!

A adoção foi a melhor decisão de nossas vidas. Não tem diferença entre biológico e adotivo quando se trata de amor. DNA não importa. Nossa família finalmente está completa.


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